A mostra JORGE SANJINÉS: UM CINEMA JUNTO AO POVO apresenta a maior retrospectiva do cineasta boliviano Jorge Sanjinés, premiado nos Festivais de Berlim, Veneza e Locarno ao longo de seus mais de 50 anos de carreira, ainda tão pouco conhecida pelo público brasileiro. O Centro Cultural São Paulo - CCSP e a Casa do Povo exibem 9 filmes do diretor, incluindo seu longa mais recente, Juana Azurduy, guerrilheira da Pátria Grande (2016), que estreou no Festival de Berlim.

Jorge Sanjinés (La Paz, 1936) é cineasta, professor e escritor de longa trajetória, tendo sido o primeiro cineasta boliviano a incorporar as línguas Quéchua e Aymara nos filmes do país. Autor do livro Teoria e prática de um cinema junto ao povo (1979), inaugurou uma estética cinematográfica marcada pela sensibilidade social e por um imaginário contra-hegemônico, desenvolvendo uma nova forma de fazer cinema, junto às comunidades indígenas. Realizou mais de uma dezena de longas-metragens, foi diretor do Instituto de Cinematografia Boliviana e também um dos fundadores do movimento cinematográfico Nuevo Cine Latinoamericano, no Festival de Viña del Mar de 1967, no Chile.

A MOSTRA JORGE SANJINÉS: UM CINEMA JUNTO AO POVO tem a proposta de difundir o trabalho cinematográfico comunitário indígena boliviano para um público amplo e plural. A programação conta com filmes como Ukamau (1969), primeiro longa-metragem do diretor; A coragem do povo (1971), premiado no Festival de Berlim; e O inimigo principal (1973), que será exibido em película 35mm. Juana Azurduy, guerrilheira da Pátria Grande (2016) também será projetado na Casa do Povo, em uma exibição especial para a comunidade boliviana de São Paulo.

No dia 02 de dezembro, no CCSP, haverá também a conferência 50 anos do Nuevo Cine Latinoamericano e o cinema junto ao povo, com a presença de María Aimaretti, professora doutora de História do Cinema Latino-Americano e Argentino da Universidad de Buenos Aires (UBA), e Yanet Aguilera, professora doutora do curso de História da Arte da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).

A mostra faz parte da programação do CICLO DE CINEMA BOLIVIANO: VOZES COMUNITÁRIAS E OLHARES INSURGENTES, que busca construir uma ponte entre o público brasileiro e um cinema boliviano singular através da obra não só de Jorge, mas também de seu filho, Iván Sanjinés.

Assim, será realizada também a sessão-debate Vozes comunitárias e olhares insurgentes, no dia 01 de dezembro, no Cine Olido, com a exibição de vídeos seguida de debate com Iván Sanjinés, diretor e fundador do Centro de Formação e Realização Cinematográfica (CEFREC). Com 28 anos de história, atuando em diversas comunidades na Bolívia, o CEFREC vem construindo experiências e espaços organizativos, educativos e culturais, na perspectiva de um cinema como ferramenta para a resistência da comunidade indígena.

Nos dias 02 e 03 de dezembro, das 9h às 16h, na Fundação Rosa Luxemburgo, Iván Sanjinés também ministrará uma oficina para jovens cineastas imigrantes, membros de coletivos de cultura da periferia de São Paulo e da comunidade Guarani do Jaraguá.

A mostra JORGE SANJINÉS: UM CINEMA JUNTO AO POVO é uma realização da Fundação Rosa Luxemburgo, Prefeitura Municipal de São Paulo, Centro Cultural São Paulo e do Circuito Spcine, produzida pela Associação Cultural Fábrica de Cinema com a Buena Onda Produções, parceria da Casa do Povo e da Fundación Grupo Ukamau, e apoio do Bar da Dona Onça.
Toda a programação é gratuita.

Centro Cultural São Paulo: Rua Vergueiro, 1.000, Paraíso
Cine Olido: Av. São João, 473, Centro
Casa do Povo: Rua Três Rios, 252, Bom Retiro
Fundação Rosa Luxemburgo: Rua Ferreira de Araújo, 36, Pinheiros